Comprei um cavalo de aço
Minha primeira moto Harley-Davidson.
Uma máquina de 1200 cilindradas
Imponente, espartana e despojada.

Minha adorável Forty-eight
Da cor de uísque com gelo.
O ronco do seu motor era inconfundível!
Estilosa e única com seus acessórios personalizados.

Apaixonei-me à primeira vista
Por suas linhas leves e esguias,
Sua geometria clássica de custom,
Sua identidade urbana.

Desbravaremos o mundo!
Ela e eu… eu e ela.
Abusaremos da liberdade
Levadas nas rodas do vento.

Fênix era seu nome. 
Em nós residia um viajante nômade
Com sede de andar por aí.
Sem destino…
Sem planos…
Sem pontos de chegada…
Sentindo a estrada como meta...
Chegar era bom!
Partir é sempre melhor!
Viajar era preciso!

E foram muitas viagens!
Muitos destinos!

Como se tivéssemos asas…
Sentia-me águia, vento, era livre…
Tocando suavemente a manopla do acelerador,
Sentia minha moto,
Como parte intrínseca à mim
Deslizando nas curvas mansas

Uma sensação indescritível. Extasiante!

O vento tocando os meus cabelos
A maciez de olhar a vegetação acetinada às margens da rodovia
Nas ondulações da paisagem montanhosa que se descortina no horizonte.
Só eu e a máquina!
O ronco do motor
Recortando a estrada deserta
Matando minha fome de novos destinos.

Somos duas, como se fôssemos uma.
Juntas somos fortes.
Juntas iremos mais longe. Paixão sem fim.
O amor traçando rotas imprevisíveis.

Tatuado para sempre em mim e você!

Mas a vida dá voltas inacreditáveis.
Um dilema chamado destino nos separou. 
Mas...
Você foi meu primeiro amor.
Inesquecível!
Foi bom enquanto durou.

Declaração da L.O.H. Sandra para sua eterna Fênix.